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LIÇÕES DE GRAMÁTICA

O USO DA VÍRGULA


Vale a pena ver de novo
A coluna passada iniciou assunto pra lá de importante. Trata-se dos termos restritivos e explicativos. Você descobriu por que uns pedem vírgula e outros a dispensam. A de hoje continua a matéria. Por isso, vale a pena fazer uma revisãozinha.

Leia as duas frases:
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, nasceu em Pernambuco.
O ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso quer presidir o PSDB.

Por que um nome vem entre vírgulas e outro não? O segredo está no antecedente do nome. No primeiro caso, é presidente da República. Quantos existem? Só um. Luiz Inácio Lula da Silva é termo explicativo. Funciona como aposto. Daí as vírgulas.
Mas há mais de um ex-presidente. Se eu não disser a quem me refiro, deixo o leitor numa enrascada. Posso estar falando de José Sarney, Itamar Franco, FHC. Aí, só há um jeito: dar nome ao boi. Fernando Henrique Cardoso é termo restritivo. Rejeita a vírgula.

Exemplos não faltam:
A capital do Brasil, Brasília, tem 2,2 milhões de habitantes (o Brasil tem uma só capital).
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu entrevista ao jornal (só há um ministro da Fazen da).
O ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero ficou famoso pela indiscrição parabólica (há um montão de ex-ministros da Fazenda. Ricupero é um deles).

Mais um passo

A língua é um conjunto de possibilidades. Flexível, oferece vários jeitos de dizer a mesma coisa. Veja:

O aluno estudioso tira boas notas.
O aluno que estuda tira boas notas.

As frases afirmam que há alunos e alunos. Não é qualquer um que tira boas notas. Só chega lá quem se debruça sobre os livros. Numa, o termo restritivo é adjetivo (estudioso). Noutra, oração adjetiva (que estuda). O tratamento mantém-se. Nada de vírgula.
e
Com as explicativas ocorre o mesmo:
O homem, mortal, tem alma imortal.
O homem, que é mortal, tem alma imortal.

Todos os homens são mortais. Daí a vírgula. É isso. A questão – restritiva ou explicativa — vai além da vírgula. Implica ler e escrever melhor.

Teste

Os cinco filhos de José que chegaram do Rio estão hospedados em casa de amigos.

A pergunta: quantos filhos tem José?

( ) Cinco.
( ) Mais de cinco.

E agora? Quem responde é a oração. Restritiva ou explicativa? Sem vírgulas, é restritiva. Então José tem mais de cinco filhos. Se fossem só cinco, “que chegaram do Rio” estaria no cercadinho.

Guarde isto: identificar o termo explicativo e restritivo não constitui só problema de correção. Muitas vezes afeta a clareza.

Mãos à obra

Que período merece nota mil?
a. Brasília que fica no Planalto Central sofre três meses de seca.
b. Brasília, que fica no Planalto Central, sofre três meses de seca.

A resposta? Na próxima semana. Até lá.

Na semana passada, você marcou a opção certinha da silva:
a. Moro em Belô, a capital de Minas.
b. Moro em Belô capital de Minas.
Marcou a letra a? Viva! Nota 10.

Eles disseram

Umberto Eco

“O texto é uma máquina preguiçosa que espera muita colaboração do leitor.”


GRAFIA


Lembra-se da tomada e do focinho de porco? Ambos são salientes e têm dois buracos. Mas um dá choque. O outro cheira. Confundi-los acarreta problemas. Melhor estar atento às diferenças.

Na língua também há tomadas e focinhos de porco. Trata-se de palavras que, na aparência ou na pronúncia, são quase iguais. Mas uma não conhece a outra nem de elevador. É o caso de hora e ora, oh! e ó, mas e mais.

Você domina o assunto? Para responder, faça o teste. Assinale com V, de verdadeiro, as que estiverem pra lá de certas. E com F, de falso, as que não estiverem com nada. Depois, marque a seqüência nota 10:

( ) Quando divertir-se? A qualquer hora. Afinal, toda hora é hora.
( ) Quando divertir-se? A qualquer hora. Afinal, toda ora é ora.
( ) Quando divertir-se? A qualquer ora. Afinal, toda hora é hora.
( ) Quando divertir-se? A qualquer ora. Afinal, toda ora é ora.
a. F, V, F, F
b. V, F, F, F
c. F, F, V, F
d. F, F, F, V

Escolheu a letra a? Viva! Vá em frente. Preferiu outra letra? Abra os olhos. Você corre risco de perder pontinhos na prova. Arregace a manga e dê uma estudadinha no assunto.

ORA x HORA

A pronúncia de hora e ora é a mesma. Mas o sentido não tem nenhum parentesco. Veja como não cair na esparrela de tomar uma pela outra:

Hora significa 60 minutos:
A velocidade na ponte é de 60km por hora.
Ganho R$ 50,00 por hora de trabalho.
Quando divertir-se? A qualquer hora. Afinal, toda hora é hora.

Ora quer dizer por enquanto, por agora:
Por ora, a velocidade na ponte é de 60km por hora.
O governo não pretende, por ora, privatizar as universidades federais.
Lamento, mas, por ora, nada posso fazer.

OH! e Ó
Oh ou ó? A pronúncia de uma é gêmea univitelina da outra. Por isso, na hora de escrever pinta a confusão. São duas grafias. E dois sentidos. Quando usar uma palavra ou outra?

O ó aparece no vocativo, quando a gente chama
alguém:
Deus, ó Deus, onde estás que não me escutas?Até tu, ó Brutus, meu filho?Seu pai morreu? Morreu pra você, ó filho ingrato.

O oh! é interjeição. Tem vez quando a gente fica de boca aberta de admiração ou espanto:
Oh! Que linda voz!
Oh! Que trapaceiro! Quem diria, hem?
Ó Paulo, não entendi seu oh! de espanto. Pode me explicar?

MAS E MAIS

Mais é o contrário de menos:
Trabalho mais (menos) que ele.

Se pudesse, viajaria mais (menos).

Um mais um é igual a dois.

É isso: sem mais nem menos.

Mas quer dizer porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto:

Tirei boas notas, mas (porém) não consegui me classificar entre os dez primeiros.
Lula viaja muito, mas (no entanto) não se cansa.
Ele trabalha pouco, mas (contudo) ganha muito.